"...E, admito, conviver com pessoas de tantas nacionalidades faz-me sentir mais global, mais viajada…"
Marta Vicente
Marta Vicente foi uma dos vários alunos que, em regime de voluntariado, dedicaram horas de tempo livre ao apoio de alunos estrangeiros, ajudando-os na aquisição da língua portuguesa e de conteúdos programáticos. Em sala de aula, acompanhando o trabalho da professora de Português Língua Não Materna, ou fora dela, todos se esforçaram por promover o sucesso dos colegas.
Avaliando esta sua experiência manifestam claramente o valor que dão à prática do voluntariado, os benefícios ligados à iniciativa e o prazer que sentem ao poderem ajudar o próximo.
" ... Penso que este projeto e outros que virão, relacionados com o voluntariado, são sempre ótimos para o futuro quer da escola quer das pessoas envolvidas neles..." (Vasco Lourenço)
"... o tipo de relacionamento entre alunos é diferente do de aluno-professor o que cria um ambiente mais confortável para se aprender..."
" ... Esta iniciativa, na minha opinião, é a melhor que a escola tem, pois o seu objetivo principal é o sucesso dos alunos e tenta ajudar aqueles que precisam de ajuda." (Pedro Pimenta)
Marta Vicente, escrevendo longamente sobre a sua participação na iniciativa, recorda como tudo começou e como se sentiu entre colegas estrangeiros, relato que realça o enriquecimento pessoal de quem decide pertencer ao grupo dos Amigos Conselheiros da Fernão.
"... E assim alunos, professora, eu e o meu colega de “profissão” Vasco entrámos na sala, uns minutos depois das três e um quarto, onde me senti logo bem-vinda e onde, feitas as apresentações, pude logo pôr mãos à obra, como convém. Claro que toda a aula foi um turbilhão de emoções, de tal forma que nem me deu espaço para refletir sobre a experiência no momento, só fui capaz de o fazer no final da aula. Aliás, nem foi preciso qualquer esforço, um sentimento de utilidade e satisfação arrebatou-me de repente e não me largou mais. É verdade o que dizem, ajudar os outros (ou sentir-se que o fez) faz-nos sentir bem! Pode até ser um ato egoísta de um certo ponto de vista… pelo menos, eu sinto que o que ganho dessas aulas é mais do que o que dou…"
"... a realidade é que, dentro daquela sala, o que eu vejo é apenas um grupo de alunos da Fernão, no qual eu me incluo, como qualquer outro, que está ali a aprender a ser um cidadão português e, acima de tudo, do mundo. A verdade é esta! Claro que não posso dizer que seja uma aula como todas as outras, mas, com os alunos, partilho um sentimento de igualdade, de identificação, como com qualquer colega da escola! Aliás, sinto que com eles dou mais valor às pequenas coisas que temos em comum ..."
"...E, admito, conviver com pessoas de tantas nacionalidades faz-me sentir mais global, mais viajada…"