Joel Louro, professor responsável pela dinamização e execução do programa Parlamento dos Jovens, com um grupo de alunos do ensino secundário, partilha a sua experiência no âmbito desta iniciativa e explica quanto ela contribui para o crescimento cívico dos que nela participam.

"Houve grupos que revelaram já algum trabalho e, sobretudo, uma clara vontade de fazer mais e melhor. Organizámos as intervenções no formato em que decorrerá a Assembleia de Escola. A exposição pública caraterística deste formato, que os alunos apreciam, potencia a sua responsabilização e confronta-os com a necessidade e a vontade de se prepararem bem para a tarefa que se propuseram concretizar.

As problemáticas abordadas e as propostas de resolução sugeridas estão ainda bastante cruas, mas há ali matéria com potencial para um trabalho interessante. Foi curioso ver os alunos quase a desesperar ansiosamente pelo momento da sua intervenção. O saber ouvir é tão importante quanto difícil. E nós, professores, temos bem consciência disso. Conseguiram-se longos momentos de comunicação sem zaragata. O desenvolvimento destas competências de preparação e organização de ideias, de responsabilização face a um compromisso, de expressão oral correta, de participação ordenada e respeitadora do outro, é uma importante mais-valia que este projeto está já a propiciar aos nossos alunos que o integram.

A fase de debate revelou-se tão efervescente quanto motivadora e interessante. Mais uma vez o formato das intervenções rapidamente os obrigou a um significativo elevar do nível das suas questões, observações e comentários. Muitos dos participantes, depois de uma primeira intervenção algo precipitada, sentiram necessidade de voltar a pedir a palavra para, depois de pensarem um pouco melhor sobre o assunto, poderem expressar a sua opinião de forma mais estruturada e fundamentada. Ou seja, vi naqueles poucos minutos jovens a crescer longas e intensas horas. São os tais privilégios da nossa profissão."