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LIÇÕES APRENDIDAS - ALUNOS


Terminado um projeto, surge o momento para uma vez mais, e desta feita com uma perspetiva global, se fazer um trabalho reflexivo sobre o que foi executado, como foi executado, o tipo de produto que resultou, identificando-se os pontos fortes e os pontos fracos, tendo em vista não só fazer o balanço do passado como tirar daí conclusões que permitam prosseguir com uma garantia de cada vez mais sucesso. Falamos objetivamente da aplicação da última das sete ferramentas associadas ao percurso de trabalho de projeto – lições aprendidas.

Recolhidas as opiniões de alunos de nove turmas podemos pronunciar-nos sobre os benefícios trazidos pelo desenvolvimento dos projetos assumidos e aplicação dos princípios metodológicos consignados no kit “Projects from the Future”. Quer porque o impacto foi efetivamente sentido, quer porque os alunos tomaram consciência dos aspetos que precisam de melhorar para atingirem os seus objetivos, os efeitos foram visíveis em diversas dimensões.

Desenvolvimento das competências dos 4Cs – pensamento criativo/pensamento crítico/comunicação/ colaboração.

O reforço da colaboração, ou a manifesta tomada de consciência da necessidade de a aprofundar, entre os membros das equipas envolvidas na gestão e execução dos projetos, foi sem dúvida o aspeto mais relevante. Dos múltiplos depoimentos que o comprovam citem-se:

Aprendi que o trabalho em grupo não é cada um fazer a sua parte, é fazermos tudo juntos porque dependemos uns dos outros

Com o trabalho aprendi que quanto mais unidos e empenhados mais conseguimos produzir coisas boas (10º ano/ turma 7)

Penso que cada colega foi uma peça chave em cada trabalho e fê-lo bem (10º ano/ turma 7)

Aprendemos a trabalhar em equipa, a interagir com os mais velhos (7º ano/ turma 1)

A maioria dos alunos empenhou-se, desde o início e ao longo de todo o processo, na concretização do projeto. Houve sempre um espírito de colaboração e entreajuda (7º ano/ turma 2).

Fazendo a gestão dos seus projetos os alunos aprenderam a valorizar o trabalho em equipa, perceberam que nem sempre é possível trabalhar apenas individualmente(10º ano/ turma 4), que é preciso aprender a trabalhar em grupo com pessoas diferentes (10º ano/ turma 7), extraíram a lição de que o resultado final poderia ter sido melhor se todos cooperassem de forma igual (10º ano/ turma 7).

Para chegarem a uma colaboração efetiva, os alunos entenderam a importância do respeito pelo trabalho dos outros (7º ano/ turma 1) e pelo o ritmo daqueles que trabalham connosco (10º ano/ turma 5) bem como a necessidade da confiança nas capacidades dos outros (10º ano/ turma 9).

Promover a competência da colaboração é ajudar o jovem a perceber o seu papel enquanto cidadão, enquanto parte de uma comunidade para a qual tem o seu contributo a dar mas também da qual deverá saber receber, para, em conjunto, se atingirem objetivos com qualidade superior.

Promover a competência da colaboração é uma lição de cidadania.

Para que haja boa colaboração uma outra competência lhe está associada – a da comunicação. E também a este respeito existem depoimentos interessantes que confirmam como a gestão dos projetos ajudou ao desenvolvimento desta competência, não só aprofundando-a como ainda fazendo sentir a necessidade de ultrapassar bloqueios instalados que devem ser combatidos. Vejamos:

aprendi a contactar com o público(10º ano/ turma 9); aprendemos a Interagir com os mais velhos (7º ano/ turma 2); foi divertido trabalhar com os colegas de outras turmas (10º ano/ turma 9); foi divertido o modo como as turmas interagiram (10º ano/ turma 5); foi divertido apresentar o trabalho final às outras turmas (10º5)

mas também:

o mais difícil foi trabalhar com outra turma e partilhar o nosso espaço (10º ano/ turma 5) foi difícil chegarmos a um acordo sobre o que fazer no projeto (10º ano/ turma 6) difícil foi … falar à frente de um enorme grupo de pessoas (10º ano/ turma 7)

embora tenha servido de aprendizagem, lidar com personalidades diferentes torna-se difícil, especialmente quando se tem uma personalidade tão vincada como podemos encontrar em alguns elementos do grupo-turma, inclusive a minha (10º ano/ turma 7)

Promover a competência da comunicação é estimular a capacidade de participação com eficiência e prazer, é elevar o saber ser e saber estar perante si e o Outro, respeitando-se e sabendo ouvir, é adquirir auto-confiança vencendo barreiras:

aprendi a obter a atenção de todos (10º ano/ turma 5); difícil foi aceitar a opinião dos outros (8º ano/ turma 3).

Projetando-se no futuro afirmam os alunos: eu mudaria a falta de comunicação entre os grupos (10º ano/ turma 7); passaria a deixar a timidez de lado (7º ano/ turma 5).

O esforço de superar dificuldades tem, afinal, o seu prémio, conforme depreendemos deste testemunho: apresentar e mostrar as nossas ideias encadeadas a outras turmas foi divertido porque depois de muito “suor” pudemos ensinar um pouco do muito conhecimento adquirido ao longo de todo este trabalho de projeto.

Desenvolver a competência da comunicação gera satisfação, confiança, desejo de partilhar – sentimentos que elevarão o grau de motivação dos aprendentes e a disseminação de aprendizagens entre pares.

Se bem que menos ágeis na observação e identificação de aspetos que ilustrem o desenvolvimento do pensamento criativo e do pensamento crítico, eles estiveram presentes ao longo do processo, e ,ainda assim, surgem reflexões que provam que os alunos tiveram consciência da sua importância.

Relativamente ao pensamento criativo tudo se diz nas seguintes palavras:

aprender a inovar ideias e a ouvir os outros foi a ferramenta chave para que um trabalho que aparenta ser simples se torne num trabalho único (10º ano/ turma 7).

Em todos os momentos de brainstorming, propostas para a construção da árvore de atividades e soluções alternativas em caso de necessidade de reajustamentos, a criatividade dos grupos foi fundamental para o avanço dos seus projetos, transformando-os em algo de único, justamente pela originalidade que lhe incutiram e pela especificidade da sua dinâmica.

Estimular o pensamento criativo é contribuir para a formação geral do aluno, enquanto cidadão que ao inserir-se na sociedade, no mundo do trabalho, será, sem dúvida, valorizado se estiver preparado para encontrar propostas e soluções criativas aos desafios com que vier a confrontar-se, tanto na vida pessoal como profissional.

Quanto ao uso ou às dificuldades associadas ao exercício do pensamento crítico lemos nos testemunhos dos alunos :

foi difícil selecionar a informação (resultante da pesquisa e necessária à construção do produto final) (10º ano/ turma 6);

mas também:

aprendi a selecionar informação, sempre tive dificuldade nisso e com o projeto consegui desenvolver esse aspeto (10º ano/ turma 6).

Embora as observações dos alunos sejam, neste campo, muito direcionadas para aspetos práticos do seu trabalho, na verdade o pensamento crítico foi aprofundado sempre que se impôs fazerem opções, opinarem sobre os progressos dos projetos, preferirem determinadas atividades em detrimento de outras, apresentarem novas estratégias para procederem a reajustamentos que garantissem a boa execução das tarefas. A utilização de semáforos foi uma maneira regular e visível de lançarem um olhar crítico ao estado do trabalho numa determinada fase, e a reflexão subjacente às lições aprendidas foi um dos exercícios que mais estimulou e desenvolveu o pensamento crítico.

Promover o desenvolvimento do pensamento crítico é equipar os jovens com a competência que lhes dará a capacidade de consciente e esclarecidamente exercerem da melhor maneira a cidadania, sabendo argumentar, defender e atacar posições e pontos de vista.

Metodologia utilizada

Se pusermos o enfoque na metodologia orientadora da gestão de projetos em contexto escolar poderemos alargar o espetro do que já foi dito e, igualmente com depoimentos dos alunos, mostrar que o impacto da sua utilização foi grande:

aprendemos a fazer um projeto (7º ano/ turma 1); aprendi mais um pouco sobre como organizar um trabalho de grupo (10º ano/ turma 6); aprendemos de forma divertida (7º ano/ turma 1); o mais difícil foi a organização e o cumprimento de prazos (10º ano/ turma 7); aprendi que para realizar um projeto é preciso muita organização (10º ano/ turma 6); aprendemos a importância da gestão do tempo - a importância da rapidez do tempo de decisões (7ºano/ turma 1); aprendi que as coisas devem ser feitas com calma e sem pressas (10º ano/ turma 6); aprendemos a transformar conhecimento em algo visual e apelativo e fazer da matéria um jogo aberto a todos (7º ano/ turma 1); aprendemos uma nova metodologia para obter sucesso (7º ano/ turma 1).

Desafios

Revelando satisfação com os produtos conseguidos e valorizando a disseminação dos resultados do seu trabalho, os alunos põem em evidência o quão motivante é o facto de os apresentarem perante um grupo alargado que não seja apenas a turma a que pertencem, bem como o sentirem o reconhecimento do público. O conhecimento e as boas práticas devem, assim o entendem, expandir-se para colegas de outras turmas, de faixas etárias diferentes, para outros professores e encarregados de educação, para outras instituições e visitantes. A preocupação com o aspeto do trabalho – há que torná-lo apelativo, dizem – reforça este interesse pelo cativar da atenção do Outro.

Será então que este fator que se revela tão estimulante, conseguirá levar os alunos a mudar a sua postura? Ao serem consultados sobre o que mudariam, afirmam:

mudaria o empenho, se eu me tivesse focado a 100% teria cumprido os prazos (10º ano/ turma 7); mudaria a minha gestão de tempo em relação ao projeto (10º ano/ turma 7); melhoraria a responsabilidade de entregar as coisas pedidas dentro do prazo indicado (10º ano/ turma 7); poderia ter participado um pouco mais (10º ano/ turma 6); melhoraria a pontualidade e assiduidade (8º ano/ turma 3); melhoraria a concentração (7º ano/ turma 5).

Conclusões

A mobilização das turmas e o seu envolvimento global em torno dos projetos quebrou barreiras, aproximando não só os alunos dentro da respetiva turma, o projeto aproximou a turma em termos de amizade (10º ano/ turma 4) como estreitou os seus laços com outros colegas de outras turmas. O espírito de pertença à Fernão Mendes Pinto saiu fortalecido e isso pode afirmar-se não só em relação aos alunos como a todos os atores envolvidos – professores, funcionários, encarregados de educação …

A animação que se viveu durante a Semana do Patrono da escola, com a apresentação dos projetos à comunidade escolar e a visitantes externos internacionais foi um êxito inegável.

A maneira como muitos alunos iniciaram os seus depoimentos “No próximo projeto, temos de …”, “Na próxima vez devíamos…” (7º ano/ turma 2) é a evidência de que o trabalho desenvolvido no âmbito da parceria com o Programa PMI nas escolas valeu a pena e deixou raízes.


LIÇÕES APRENDIDAS - PROFESSORES


Feito o tratamento estatístico do questionário de avaliação da experiência realizada no âmbito do Programa PMI nas escolas e apesar dos constrangimentos referidos por grande parte dos professores ao fazerem a sua apreciação, constrangimentos esses que se prendem maioritariamente com a não existência de horas específicas para o desenvolvimento de projetos, na realidade ninguém se manifestou insatisfeito ou pouco satisfeito com os resultados obtidos, ninguém discordou ou foi indiferente à ideia de voltar a repetir uma experiência semelhante e o mesmo se verificou em relação à proposta de adotar melhores práticas de gestão de projetos nos programas escolares.

Pode-se, deste modo, concluir que se tratou de uma iniciativa com êxito e que, melhoradas as condições de funcionamento e aplicada a gestão de projetos à construção do saber relativamente aos conteúdos programáticos das diversas disciplinas, desaparecerão muitos dos constrangimentos, baseados na falta de tempo e preocupação com o cumprimento de programas. A este propósito será interessante referir que, da parte de quem repetiu a experiência, a tranquilidade na execução do projeto, assim como o grau de satisfação com o mesmo aumentaram significativamente, tendo a docente declarado estar extremamente satisfeita com os resultados obtidos e concordar plenamente com a hipótese de voltar a repetir uma experiência semelhante e de adotar melhores práticas de gestão de projetos nos programas escolares.

Coincidente com a opinião dos alunos foi o facto de considerarem que o impacto mais forte se verificou no desenvolvimento da competência da colaboração, no sentido abrangente que envolve professores, alunos e encarregados de educação. Dividem-se depois em dois grupos, considerando uma metade das docentes que no âmbito da comunicação e do pensamento criativo a experiência teve impacto apenas em alguns alunos, enquanto que outra metade acha que a maioria dos alunos revelou progressos no domínio destas competências-. O pensamento crítico será a competência que mais precisa de ser trabalhada, já que, segundo 75% das professoras inquiridas apenas alguns alunos revelaram indícios de impacto positivo neste âmbito.

Consentâneo e também coincidente com o que se depreendeu dos testemunhos dos alunos, é ainda o reconhecimento de que a visibilidade dos resultados finais e a tomada de consciência do interesse e apreço por eles revelados são fatores que elevam o grau de motivação dos aprendentes.

Apesar de algumas professoras terem mostrado o seu desapontamento porque a experiência desenvolvida, na sua perspetiva, não resultou, ora porque não aderiram à metodologia, ora pelas caraterísticas da turma, globalmente, estes casos constituem uma minoria. Há, sem dúvida, muito a fazer no futuro para que cheguemos a conclusões resultantes de um trabalho mais profundo e continuado, mas também não podemos ignorar testemunhos encorajadores como os que se seguem e que abrem perspetivas para uma mudança positiva:

o projeto teve um impacto heterogéneo nos alunos. Alguns alunos não concordam porque lhes tira tempo nos estudos, outros alunos sentem-se mais confiantes, comunicativos e colaborativos, desenvolvendo métodos de trabalho (10º ano/ turma4);

o envolvimento dos alunos foi elevado (7º ano/ turma2); todos os alunos realizaram as tarefas solicitadas e apreciaram a metodologia (7º ano/ turma2); treinaram-se as competências da pesquisa (7º ano/ turma2); o balanço é extremamente positivo, pelo empenho demonstrado, a qualidade do produto final e a satisfação que a atividade teve no final, junto de todos os intervenientes (7º ano/ turma2); a interatividade que o jogo proporcionou também permitiu consolidar algumas aprendizagens específicas das várias disciplinas (7º ano/ turma2); a maioria dos alunos empenhou-se, desde o início e ao longo de todo o processo, na concretização do projeto. Houve sempre um espírito de colaboração e entreajuda (7º ano/ turma2); . notou-se evolução da turma em termos de qualidade da participação, maior número de alunos a contribuir com sugestões, sentido crítico, disponibilidade para ouvir, discutir e/ou aceitar ideias alheias (7º ano/ turma2);

foram valorizados: a partilha entre pares; o regime de voluntariado; o trabalho colaborativo; o envolvimento dos alunos, dos professores, das famílias (toda a comunidade educativa); o apoio incondicional da direção da escola (10º ano/ turma7);

a experiência desenvolveu a autonomia de alguns alunos; o resultado geral do trabalho foi muito positivo, facto que elevou a auto-estima da turma (10º ano/ turma7);

o trabalho de projeto proporcionou um derrubar de algumas fronteiras - o “entrar” na sala de aula dos colegas, articular diferentes conteúdos programáticos nas diferentes disciplinas partilhar experiências, ultrapassar dificuldades….(10º ano/ turma7).

Existem ainda dificuldades a vencer. É preciso aprender a planear melhor, saber lidar com situações de risco, aperfeiçoar questões relacionadas com a gestão de tempo, compreender a função de um mural e o gasto de tempo que deve implicar, aplicar cada vez mais o aprender com projetos e por projetos a conteúdos programáticos específicos.

No entanto, face ao entusiasmo manifestado pelos benefícios resultantes da cooperação entre todos, com o reconhecimento da mais valia do contributo e envolvimento dos próprios encarregados de educação; pelo entendimento pleno da metodologia, com a utilização das respetivas ferramentas de gestão de projetos, reveladas por alguns alunos; pelo reconhecimento de que este tipo de trabalho estimula e facilita a descoberta de capacidades ocultas; é de acreditar que vencidos os obstáculos sentidos no primeiro ano de implementação do projeto, ele se torne um aliado na promoção do sucesso das aprendizagens e da construção de um cada vez mais forte espírito de pertença a um contexto escolar dinâmico e gerador de satisfação pelo que propõe e concretiza.


LIÇÕES APRENDIDAS – ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO


O desenvolvimento de projetos provou que a colaboração entre todos traz benefícios. Apesar de já se ter verificado o envolvimento de alguns encarregados de educação ao longo do processo, foi assumido que, contar com o seu contributo desde a fase inicial significará não só um aumento de recursos como também a consolidação de um sentimento de partilha na construção de algo em que todos estão empenhados.

Por se tratar de um modo diferente de trabalhar, a gestão de projetos em contexto escolar poderá suscitar receios relativamente à lecionação dos conteúdos programáticos. Levantam-se, no entanto, outras vozes que manifestam entender e apoiar esta metodologia.

Do que nos foi dado a conhecer sobre o projeto "A Glória de Fernão" pensamos que este teve impacto positivo. Não só pelos conhecimentos adquiridos, mas também pelo empenho, espírito de equipa e de partilha entre todos (7º ano/ turma2); o projeto foi muito eficaz na captação da atenção e aprendizagem, fugindo ao modelo tradicional de sala de aula e apelando à imaginação do profissional educativo, que foi muito eficaz, provocando uma interação saudável entre os colegas e com um resultado bastante positivo da parte do meu educando, resultando assim de um modelo de ensinamento eficiente e eficaz (7º ano/ turma2); senti que houve um grande envolvimento e uma excelente aprendizagem. Aprendeu muitas informações sobre Fernão Mendes Pinto e sentiu um grande prazer em elaborar, em conjunto com toda a turma, um jogo que foi útil e interessante para toda a escola (7º ano/ turma2); considero importante para a formação dos jovens, não apenas os conteúdos escolares, mas também questões extracurriculares de âmbito cultural e social, pelo que penso que o projeto deu esse contributo”.

As sementes estão lançadas e os professores não estão sozinhos.

Se existem estratégias e metodologias que motivam os alunos, estimulando-os e entusiasmando-os na construção do saber e na execução dos seus projetos, tornando a relação com a escola mais intensa e prazerosa, certamente que os seus encarregados de educação se aperceberão da diferença e estarão entre os primeiros a defender os novos caminhos da aprendizagem.

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